quarta-feira, 5 de março de 2014

CONSTRUÇÃO DO PRIMEIRO TEMPLO DA IGREJA SIRAN ORTODOXA NO ESTADO DO PARÁ.






Apresentamos a todos os nossos irmãos imagens de nossa igreja em contrução onde já podemos visualizar a obra em sua fase final a espera do telhado, obra iniciada em 2009 pelo Pároco Abuna Henry Júnior Aragão e hoje após a chegada de nosso dileto filho Sub-Diácono Antonio Lindemberg, estaremos com as benções de nossa Senhora, as graças da Trindade Santa e o apoio paternal de nosso Arcebispo D. José Faustino Filho, iremos inaugura-lá na Pascoa de ano corrente em 20/04/2014.

domingo, 30 de outubro de 2011

O Padre pode Casar?

Na ortodoxa, o celibato é opcional, visto que este não é um mandamento divino que obriga a pessoa a segui-lo. Jesus disse a esse respeito: "o celibato não é para todos... quem puder entender que entenda". Para os ortodoxos o celibato é apenas um conselho, é opcional, visto que na Igreja Ortodoxa existem dois tipos de clero, o casado (secular) e o monge (regular). Antes de ser sagrado sacerdote o candidato ao mesmo opta de uma maneira tranquila e serena pelo matrimônio ou pelo celibato. Se o candidato optar pelo celibato este se torna um monge. Estar casado para nós ortodoxos é tão virtuoso quanto ser um célibe.

O celibato é apenas um preceito, ou seja uma norma disciplinar que vigora dentro da Igreja de Roma, e foi imposto na idade média, especificamente no concílio romano de Elvira (atual Granada, na Espanha), para diminuir os escândalos internos desta Igreja envolvendo o seu clero em questões morais, como a poligamia e o adultério, mas também em questões materiais com relação ao reparto dos bens da Igreja Romana entre os herdeiros dos padres, quando estes morriam. 

O celibato quando bem vivido é sinal de santidade, quando mal vivido torna-se pena ou até mesmo um fardo. Do mesmo modo o matrimônio. É talvez por essa razão óbvia que Jesus nunca vinculou o chamado dos apóstolos diretamente ao celibato. 

A Igreja Ortodoxa segue uma disciplina moral rígida, porém não sufoca a vocação de quem se sente chamado por Deus ao sacerdócio com a imposição do celibato como condição obrigatória para se exercer o sacerdócio. Na Igreja Ortodoxa, o celibato só é exigido para os monges e os bispos. 

terça-feira, 25 de outubro de 2011

CONSIDERAÇÕES INICIAIS SOBRE O MATRIMONIO



Nosso Senhor declarou o casamento como sendo um estado de honra por causa da Sua presença na festa do casamento em Caná da Galiléia, quando ele realizou seu primeiro milagre. A fé comumente partilhada é que o casal e as crianças serão os mais beneficiados pois Deus os confiará aos seus cuidados como sendo os primeiros professores e modelos de fé.Aqueles que vão aderir ao casamento devem obrigatoriamente, antes de fazer qualquer preparativo, consultar-se pessoalmente com seu sacerdote para informá-lo de sua intenção e procurar sua opinião no que tange ao aconselhamento pré-conjugal, regulamentos da Igreja e data da celebração religiosa do casamento. O padre precisa orientar o casal para uma clara compreensão do que o casamento requer e qual é a responsabilidade cristã de ambos, do homem e da mulher. Aqueles que já foram casados (divorciados), também são chamados ao Matrimonio, pois o amor de Deus também se estende a eles. Para tanto o pároco deve solicitar a autorização de seu Bispo para a realização do matrimônio, provendo-o de todas as informações pertinentes à situação, bem como seu parecer sobre o caso, baseado em informações previamente obtidas em entrevistas com os noivos.

O SACRAMENTO DO MATRIMONIO



O cristianismo é um estilo de vida, não é meramente uma função social que cumprimos em manhãs de domingo, que é rapidamente esquecida quando deixamos a igreja. O Cristianismo deve ser para nós o nosso pão de cada dia, de domingo a domingo, de mês a mês, de ano para ano. Como seguidores de Cristo a nossa orientação e estilo de vida baseiam-se no exemplo de Cristo e da Igreja e não dos filósofos e das sociedades de hoje. A nossa opção por seguir o rumo de Cristo e não das ideologias da nossa sociedade deverá ser tão pronta e receptiva quanto a de Pedro e André quando "eram pescadores. E Ele disse a eles, acompanhem-me e Eu farei de vocês pescadores de homens. Imediatamente eles abandonaram suas redes e seguiram-no " (Mt 4,18-20).A grande maioria dos cristãos, casados ou solteiros, vive fora das comunidades monásticas. Existe um pensamento errôneo entre os cristãos leigos de que eles não necessitam ter a mesma dedicação que é exigida dos monges. Tanto monges quanto os leigos são igualmente chamados por Cristo para o arrependimento e salvação eterna. Não existem classes de cristãos, todos são iguais e todos são chamados a seguir Cristo, sem considerações sobre posição e desempenho dentro da Igreja.É extremamente difícil para os leigos viver um estilo de vida cristão, todos os dias, ano após ano, por estarem continuamente expostos e por viverem numa sociedade que não é somente não-cristã mas profundamente anti-ética em relação à fé e aos ideais cristãos ortodoxos. Isto não deverá desencorajá-los porque Cristo, Ele próprio, estava perfeitamente ciente disso, pois disse, "tenham cuidado, eu os mandei como ovelhas no meio dos lobos, sejam sábios como serpentes e inocentes como pombos " (Mt10,16).O casamento é uma fonte de força que se torna disponível aos cristãos e suas famílias para viverem uma vida cristã num meio adverso. Através do casamento todos os membros da família se tornam beneficiários de numerosas bênçãos de Deus.É comum os cristãos negligenciarem, ignorarem e até ridicularizarem o casamento - um estado de vida abençoado por Deus através do qual Ele concede bênçãos ao casal e seus filhos. O casamento foi abençoado por Deus na sua revelação ao homem, mas os membros da família deverão ser receptivos às bênçãos de Deus para que estas se tornem eficazes.O sacramento do matrimonio na Igreja Ortodoxa tem início com as palavras "Bendito seja o Reino do Pai e do Filho e do Espírito Santo agora e por todo o sempre dos séculos e séculos amém." Esta exclamação enfatiza tanto a seriedade do casamento como o seu objetivo. É o estabelecimento de um triângulo amoroso no qual - marido, mulher e Deus estão cada um no respectivo vértice. Com a vinda de Cristo, o casamento deixou de ter o seu objetivo único de reprodução de seres humanos, o que não obstante permanece muito importante. Cristo veio ao mundo e trouxe consigo a prova e garantia da Ressurreição dos mortos, assim dando ao casamento cristão um novo objetivo - o alcance da vida eterna pelo marido, mulher e filhos."Porque tamanho foi o amor de Deus pelo mundo que Ele deu seu Filho único, para que aquele que Nele acredita não seja destruído mas ganhe vida eterna. Porque Deus enviou seu Filho ao mundo, não para condená-lo mas para salvá-lo" (Jo 3, 16-17).Cristo, Filho de Deus, trouxe a vida eterna para aqueles que acreditam Nele e O seguem. A promessa de vida eterna não é uma promessa feita exclusivamente aos cristãos casados mas a toda a humanidade. Entretanto o principal propósito de um casamento cristão não é mais o mesmo do antigo conceito judaico. A mudança é por causa de..."Vós todos que fostes batizados em Cristo fostes revestidos de Cristo" (Gal 3,27). e "se alguém está em Cristo, é uma nova criatura. Acabaram-se as coisas velhas, eis que estão presentes as coisas novas" (2 Cor 5,17).Cristo estabeleceu a Igreja como veículo através do qual os homens alcançam a vida eterna. Para o estabelecimento da Igreja, Cristo devotou a Sua vida e a Sua missão. Ele morreu para estabelecer a Igreja, ressuscitou da morte e enviou o Espirito Santo do Deus Pai para guiar a Igreja até ao final dos tempos. O amor de Cristo por nós e pela Igreja, a nossa arca da salvação, é um amor absoluto, desprovido de qualquer egoísmo.O amor de Cristo pela Sua Igreja é o modelo do amor que marido e mulher devem partilhar dentro do matrimónio cristão. A melhor descrição quanto a esse respeito encontra-se na carta do apóstolo Paulo aos Efésios (5,21-33). "sede submissos uns aos outros no temor de Cristo. Mulheres sejam submissas aos seus maridos, como ao Senhor, porque o marido é o chefe da mulher, como Cristo é o chefe da Igreja, ele, o salvador do Corpo. Como a Igreja está sujeita a Cristo, assim as mulheres estejam sujeitas em tudo a seus maridos. Maridos, amai vossas esposas como Cristo amou a Igreja e se entregou a ela, para santificá-la e purificá-la pela água do batismo e pela palavra, e fazer com que comparecesse diante de si resplandecente, sem ruga nem mancha, ou algo parecido, mas santa e imaculada. Além disto, os maridos devem amar suas esposas como a seus próprios corpos. Quem ama sua esposa, ama a si mesmo, e nunca ninguém deixou de amar sua própria carne; pelo contrário, a alimenta e cuida dela. É assim que Cristo faz com a Igreja, porque somos membros do seu corpo. E então o homem deixará pai e mãe para se unir à mulher, e serão os dois uma só carne. Este mistério é sublime. Digo isto porque ele se refere a Cristo e à Igreja. Enfim, que cada um de vós ame sua esposa como a si mesmo e que a esposa respeite o seu marido."O tom das palavras de São Paulo quanto às responsabilidades no casamento parece ofender algumas pessoas, influenciadas pela filosofia dos movimentos feministas, onde o homem parece ter o papel aparentemente mais fácil no casamento enquanto que a mulher é "a vítima da repressão." Igualdade legal de direitos sob o ponto de vista de direitos civis não é a essência do casamento cristão. São João Crisóstomo diz que a mulher possui "uma grande qualidade que é a dignidade mas ao mesmo tempo o marido tem algo de superioridade.". Cada parceiro de um casamento cristão tem o seu papel e sua correspondente responsabilidade que está explícita e/ou implícita nas considerações sobre o casamento (Ef 5,21-33).